Irineu Evangelista de Souza foi um comerciante, banqueiro e industrial brasileiro, responsável por um rápido crescimento de nossa nação. Além desses fatos, podemos citar a sua próxima relação com o mundo dos homens do mar que os senhores, leitores, poderão conferir a seguir.


Nascido em Arroio Grande, Rio Grande do Sul, em 28 de dezembro de 1813 e órfão de pai quando ainda criança, partiu com seu tio, Manuel José de Carvalho, para o interior de São Paulo, em 1820, onde lá recebeu os primeiros estudos. Ao completar nove anos de idade, Irineu rumou com outro tio, José Batista de Carvalho, um comandante da Marinha Mercante, para o Rio de Janeiro. Esse se transformava em um dos primeiros contatos do jovem Mauá com o mundo marítimo.

Na cidade do Rio de Janeiro aprendeu a arte do negócio devido aos vários empregos que possuiu desde a infância até a fase adulta. Com determinação, o caixeiro de armazém se tornou diretor de empresa de importação. 

Aos 27 anos, o jovem Irineu partiu para uma viagem à Inglaterra. Em contato com o auge da revolução Industrial, o futuro Visconde percebeu que alguém deveria romper o abismo do país agrícola estagnado para um país industrializado e desenvolvido. E esse alguém era ele.

Com seu retorno ao solo brasileiro foram inúmeras obras que carregaram sua rubrica, entre elas: a navegação no Rio Amazonas, o cabo telegráfico submarino para a Europa, o canal do mangue no Rio de Janeiro, o trecho inicial da rodovia União e Indústria, a iluminação a gás da capital federal, a siderurgia, o sistema bancário, os empreendimentos ferroviários, e a criação do Estabelecimento de Fundição e Estaleiros Ponta da Areia.

 

Estabelecimento de Fundição e Estaleiros Ponta da Areia.

Em 1846, Mauá adquiriu uma pequena fundição situada na Ponta da Areia, em Niterói. Imprimindo-lhe nova dinâmica empresarial, transformou-a em um estaleiro, dando início à indústria naval brasileira. No ano seguinte, o Estabelecimento de Fundição e Companhia Estaleiro da Ponta da Areia já havia multiplicado seu patrimônio inicial por quatro, tornando-se o maior empreendimento industrial do Brasil, empregando mais de mil operários e produzindo não só embarcações, mas também outros equipamentos de ferro fundido. Deste complexo saíram mais de setenta e dois navios em onze anos, entre os quais as embarcações brasileiras utilizadas nas intervenções platinas e as embarcações para o tráfego no rio Amazonas. Em 1849 construiu o maior navio mercante até então construído no país, Serpente, que posteriormente foi vendido à Marinha do Brasil assim como outras doze embarcações.

Foi graças a esse pontapé que o Brasil, mais tarde, chegou a se tornar o segundo maior país em construção naval e um ícone quando o assunto tratado é Marinha Mercante.

Não só um homem de negócios, mas também um exemplo.

Após receber o título de Barão em 1854 e de Visconde em 1874, o Visconde de Mauá nunca se deixou abalar pela fama e grande prestígio que possuía perante a sociedade brasileira. Além de ter dado início ao “Brasil de tempos avante”, Mauá também nos deixou profundos ensinamentos, ás vezes esquecidos nos dias de hoje: a de um homem íntegro, justo, honesto, leal, corajoso, capaz, e, sobretudo, de profunda honra pessoal. Características essas essências para aqueles que desejam singrar os mares.

É por esses fatores que, 28 de Dezembro, data de nascimento de Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá e Patrono dessa Instituição, comemoramos o Dia da Marinha Mercante Brasileira. 

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