Os canais de navegação são rotas construídas para a passagem de embarcações de um ponto a um outro. Seu principal objetivo é encurtar trajetórias que seriam muito longas em questão de tempo e recursos. Eles são divididos em dois tipos principais: artificiais e naturais, sendo que, como o próprio nome já diz, um foi feito pelo homem e outro já existe na natureza. Os mais conhecidos são o Canal do Panamá, que liga os oceanos Pacífico e Atlântico; o Canal de Suez, localizado no Egito, que conecta o Mar Mediterrâneo ao Oceano Índico e o Canal da Mancha, localizado na Inglaterra, que faz uma ligação entre o Oceano Atlântico e o Mar do Norte.
História
Um dos primeiros registros de um canal de navegação construído foi o Wadi Tumulat, o chamado canal dos Faraós, que unia o Rio Nilo ao Mar Vermelho, escavado por volta do século XII a. C. Na China, no século VI, o Grande Canal da China uniu todos os canais ali existentes para o melhor controle do comércio local, sendo esse o canal mais antigo existente. Já na Europa, o Naviglio Grande ligou Milão ao Mar Adriático, no século XI. Na França, foi aberto o Canal de Briare, em 1642.
A construção de canais ficou estagnada durante um tempo, até que os Estados Unidos retomou a ideia na segunda metade do século XVIII, em um período conhecido como “febre de canais”, onde houve a construção de três canais em sequência, com a Europa também seguindo essa tendência, até a ascensão das ferrovias no início do século XIX.
O final do século XIX e o século XX foi o auge dos canais de navegação, com a construção de grandes canais atuais, como o Canal de Suez e o Canal do Panamá, que cortam continentes e ligam oceanos, mudando a economia global em uma forma nunca vista antes.
Importância
“Os canais de navegação mudaram processos de produção, agricultura, sistemas industriais, elevaram os níveis da navegação mundial e promovem o desenvolvimento econômico e social ao longo do tempo e em diferentes nações”, resumiu Liao Liqiang, diretor do departamento de gestão de assuntos estrangeiros do Ministério de Relações Internacionais da China. Em um mundo globalizado como o de hoje, dinheiro é tempo e vice-versa. Antigamente, para se comercializar com um país do outro lado do mundo, um navio levaria meses para chegar a seu destino, demandando custos e cuidado demasiado com a carga. Hoje, com os canais intercontinentais, essa distância encurtou bastante, facilitando o comércio internacional e a integração econômica de países distantes geograficamente. Uma prova dessa importância foi o recente acidente no Canal de Suez, que paralisando a navegação por lá durante dias causou severos danos econômicos em toda parte do globo.
Apesar de não existir grandes canais sendo construídos atualmente, eles estão sendo cada vez mais utilizados. A tendência é que os canais existentes sejam modernizados e ampliados, para que comportem um número maior de embarcações e que elas passem mais rápido.