Uma das sete Maravilhas do Mundo Moderno, o Canal do Panamá atingiu o seu primeiro centenário há dois meses, no dia 15 de agosto. O evento lembrou a grande contribuição que o acesso fornece ao comércio marítimo mundial, abrindo passagem para mais de um milhão de embarcações durante todo o seu período de operação, e até mesmo para um corajoso nadador que venceu o desafio de atravessar seus 80 quilômetros de extensão usando apenas a própria força.

Apesar do esforço da administração do canal, as obras de expansão não puderam ser terminadas a tempo da celebração. Os muitos protestos, greves e conflitos acerca da ampliação que começou em 2007 atrasaram deu término para 2016, além de aumentar ainda mais seu custo.

Enquanto os atrasos preocupam as autoridades panamenhas, o anúncio da ampliação do Canal de Suez e um projeto de construção de um canal paralelo na Nicarágua, com o triplo da extensão do rival centro-americano, tiram de vez seu sono.

Muitas dificuldades ainda se opõem à conclusão do esforço panamenho. O impacto ambiental causado pelo desmatamento dos 500 hectares de floresta necessários para a ampliação, por exemplo, afeta diretamente o clima no entorno do lago Gatún, de onde sai água para abastecer as duas maiores cidades do país: Colón e a capital, além de servir de apoio para o funcionamento das eclusas. Com a desflorestamento, o regime de chuvas proverá períodos de inundações seguidos de períodos de estiagem. Como medida preventiva, áreas de reflorestamento já estão sendo criadas.

 

Curiosidades

 

Milagre da engenharia humana, a passagem que hoje pertence ao Panamá foi inicialmente projetada pelos fr

anceses, em 1881 que passaram a construção aos Estados Unidos em 1994, devido à impressiva quantidade de mortes derivadas de doenças. Mesmo com mais investimento, os norte-americanos ainda levaram mais 10 anos para finalizar a construção, em 15 de agosto de 1914. Ao todo, mais de 25 mil vidas humanas foram perdidas nos 33 anos de obras, pelo menos 20 mil só durante a administração francesa Mesmo com esse histórico de letalidade, é registrado apenas um acidente a cada 4 mil navios que trafegam pelas comportas. Em 1999 o controle do canal passou finalmente para as mãos panamenhas.

Com 95 trilhões de terra removidos (quantidade suficiente para erguer uma parede semelhante à Muralha da China de San Francisco a New York), o canal abriu suas eclusas pela primeira vez para o navio Ancón, e desde então vem permitindo a passagem para todos os tipos de embarcação, até o limite máximo das dimensões dos chamados Panamax: boca de 32,3 metros (106 pés), comprimento de  294,1 metros (965 pés) e calado de 12 metros (39,5 pés). A construção de um terceiro sistema de eclusas com maiores medidas possibilitará a travessia dos modernos Pós-Panamax, que têm capacidade de carregar 2,5 vezes mais carga do que os navios que hoje transitam pela passagem.

 

Canal do Panamá recebe último navio de nova frota de rebocadores

esta quinta-feira (09/10), o Cerro Ancon, último de uma série de rebocadores produzidos pela empresa espanhola Astilleros Armon S.A, aportou no canal que liga Oceanos Atlântico e Pacífico.

O navio que agora integra a frota de 46 embarcações de apoio do canal faz parte de um vistoso pacote de 14 novos rebocadores com capacidade de 4.800 hp e mais de 60 toneladas de tração.

Esse processo de compra de novas embarcações foi mais um dos muitos tomados visando melhorar o apoio à passagem entre os oceanos. O principal objetivo, no entanto, é se preparar para o fim das obras de expansão, cujo prazo de término é 2015. O poder maior exigido desses rebocadores se justifica pelo fato de serem destinados a guiar os pesados Pós-Panamax, navios com capacidade de carga muito além da existente quando da construção do canal.

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Aluno do terceiro ano de Náutica, atualmente é o Vice-Presidente do Jornal Pelicano.