Canal de Suez
Inaugurado em 17 de novembro de 1869, o Canal de Suez é uma via navegável artificial localizado no Egito, entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Este Canal torna possível que navios façam a travessia da Europa para a Ásia Meridional de forma que não seja preciso contornar a África, reduzindo assim, em aproximadamente 7 mil quilômetros de distância.
Obstrução do Canal
Em 23 de março de 2021, por volta de 05:40 UTC (07:40 horário local do Egito) o Canal de Suez foi bloqueado, nos dois sentidos, por um navio porta-container de 400 metros de comprimento e aproximadamente 220 mil toneladas. O navio nomeado Ever Given da empresa Evergreen Marine tinha deixado a China com destino a Holanda, quando acabou encalhando durante sua passagem pelo Canal. Apesar do Canal possuir uma via secundária, o conteineiro encalhou em uma faixa antes do acesso a essa segunda via. O acontecimento criou um congestionamento do tráfego marítimo daquela região, fazendo com que diversas embarcações tivessem que interromper seus cursos. Tal fato impacta profundamente a economia.
Impactos na economia
Em média 50 embarcações navegam por dia pelo Canal de Suez, a rota representa 12% do comércio mundial. Além de ser uma das fontes essenciais de receita para o Egito, que em 2020 arrecadou aproximadamente 6 bilhões de dólares com ele. O atraso na entrega de mercadorias pode comprometer a qualidade de alguns produtos, podendo assim afetar o equilíbrio de oferta e procura. Certo transporte sairá mais caro e esse aumento no custo pode ser repassado para os consumidores. Como, por exemplo, no caso do petróleo, em que os embarques dessa mercadoria no Oriente Médio representam cerca de 5% a 10% dos embarques globais deste commoditie. Dessa forma, o impedimento do fluxo de petroleiros gerou-se um impacto no preço da gasolina. Além de questões de seguro de mercadorias e gastos com diárias a mais que devem ser pagas pois uma mercadoria está esperando um navio atrasado, entre outras visto que a rede de transporte marítimo é muito complexa. De acordo com a Lloyd’s List, estima-se que o bloqueio está custando cerca de 2 bilhões de reais por hora.
Causas
Muito está sendo apurado e estudado ainda sobre o que pode ter causado o acidente, porém dois fatores certamente foram primordiais. Um deles é o vento, já que durante o período em que o Ever Given navegava pelo canal, apresentava-se ventos de até 40 nós de velocidade, cerca de 74 quilômetros por hora. Outro é o Bank Effect, um efeito de interações hidrodinâmicas em relação às pressões estáticas e dinâmicas entre um banco de areia e o navio. Basicamente esse efeito é gerado pelo retorno de água entre o navio e um banco de areia, criando uma região de baixa pressão na popa (parte traseira do navio) e uma região de alta pressão na proa (parte dianteira do navio), fazendo com que partes do navio sejam atraídas para o banco e outras partes sejam afastadas. Dessa forma, o controle do navio pode ser perdido facilmente. Além disso, há a hipótese de que houve problemas técnicos.
Solução
A SCA (Suez Canal Authority – Autoridade do Canal de Suez) desde quarta-feira dia 24 de março, tenta liberar o navio. “Com os barcos que teremos no local, a terra que já conseguimos dragar e a maré alta, esperamos que seja suficiente para desencalhar o navio no início da próxima semana”, disse Peter Berdowski, diretor executivo da Royal Boskalis, empresa contratada para ajudar na operação. Ele ainda complementa dizendo que se isso não for o suficiente precisará retirar os contêineres para reduzir o peso da embarcação, porém isso demoraria muito mais tempo. No último sábado dia 27 de março, com os esforços aplicados na operação o navio conseguiu se mover 29 metros, mas ainda não se podia prever quando a embarcação voltaria a flutuar. Segundo Nick Sloane, o mestre em salvamento responsável por desvirar o Costa Concordia, famoso cruzeiro que emborcou na costa italiana em 2012, a melhor chance de fazer o navio flutuar pode ocorrer no domingo, dia 28, ou na segunda, dia 29. Uma vez que, a maré da primavera, chegando ao seu pico, adicionaria uma profundidade de 46 centímetros ao Canal. Nesta segunda-feira, dia 29 de março, a administradora do Canal disse que as manobras de reboque e de empurrar o navio estão sendo bem sucedidas e causaram uma restauração de 80% da direção do navio.