No dia 16 de março alunos do primeiro ano da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante visitaram o Centro Nuclear Almirante Álvaro Alberto, usina nuclear em Angra de Reis, acompanhados pelo Ilmo. Sr. Imediato do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha CMG (FN) Frederico, pela professora de química 1T Cátia Pontes e pela 1T Paula Mello para instrução sobre energia e o meio ambiente marinho ao redor da instalação.

Alunos aproveitando a visita pra conhecer todos os lugares e admirar a paisagem de Angra dos Reis. (Foto: Al. Clara Simeão / Jornal Pelicano)

A visitação começou com pequenas palestras sobre o processo de funcionamento da usina. Elas serviram para situar os alunos nos processos envolvidos durante a transformação de energia nuclear através da fissão nuclear em energia elétrica. Foi onde conheceram o responsável pela gerência de pessoal José Chahim, que guiou-os durante toda a visita. Durante a explicação um vídeo sobre o laboratório de monitoração ambiental que controla o ambiente marinho ao redor da usina foi passado, gerando um interesse geral.

Foi aprendido que a energia nuclear é utilizada apenas para gerar calor, calor esse que é utilizado para transformação de uma tubulação de água desmineralizada líquida em vapor. Logo após o vapor passar por turbinas que alimentam o gerador de energia elétrica ele deve ser transformado novamente em líquido e para isso a usina utiliza a água do mar. Propositalmente, a usina foi construída á beira-mar utilizando-se da disponibilidade da Baía de Ilha Grande. Durante o processo, oitenta mil metros cúbicos de água salgada por minuto passam pelas tubulações e isso causa um impacto no ambiente marinho ao redor.

(Foto: Al. Clara Simeão / Jornal Pelicano)

Logo em frente á usina a água salgada é coletada. Para que a vida marinha não entre nas tubulações uma rede se projeta do nível do mar até o fundo. Após sua utilização é despejada á um quilômetro de distância com a temperatura elevada em cerca de três á cinco graus. Isso causa uma desestabilização do ambiente marinho, devido ás condições de habitação das espécies que ali viviam. Porém, estudos feitos antes da instalação da usina resultaram que o impacto ambienta seria não significativo e eles estavam certos.

Devido á mudança de temperatura, espécies que gostam da água mais gelada migraram para outros lugares da baía, enquanto espécies que gostam da água mais quente se dirigiram para o local de despejo. Sendo assim, com essa troca de espécies o impacto no ambiente foi considerado não significativo. Outros processos também são utilizados, como adição de cloro á água para evitar formação de craca nas tubulações internas. Porém, o cloreto já é uma substância abundante na água devido ao sal, não sendo preocupante na composição química final. Porém, técnicos continuam verificando as propriedades físico-químicas da água constantemente para averiguar qualquer tipo de mudança. Até então, nada significativo foi percebido na água salgada e o ambiente marinho permanece intacto.

Grupo reunido dentro das dependências da Usina. (Foto: Al. Clara Simeão / Jornal Pelicano)

Após um agradável dia de conhecimento e descontração, os alunos voltaram do CNAAA para o CIAGA cientes da importância não só da energia nuclear para o crescimento do país, mas da responsabilidade que tais processos têm com o meio ambiente. Não é só o plano nuclear fundado pelo Almirante reconhecido no nome da usina ou a central de controle similar a um passadiço que unem os mundos da energia e da marinha mercante. Os futuros mercantes sempre devem estar atentos ao ambiente marinho, pois ele também é seu ambiente de trabalho. Com isso, os alunos saíram com um passo à frente preparados para seguir sua futura carreira.

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Editor Geral do Jornal Pelicano e aluno de Náutica do terceiro ano da EFOMM.