No sábado, 22 de outubro, os alunos da EFOMM pareciam ansiosos. Depois de tanto planejamento e empenho por parte da Diretoria Sociocultural da Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante (SAMM) o aguardado dia havia chegado: o Dia do Sonho. Os voluntários levantaram cedo de suas camas para terminarem os preparativos para a chegada das visitas. Afinal, com visitantes tão importantes, era necessário causar uma boa impressão.
Os visitantes eram os pequeninos da Casa das Crianças. Uma instituição cujo propósito de dar o apoio e as condições necessárias para famílias necessitadas se identifica muito com o objetivo do Dia do Sonho. Esses jovens que vivem em um ambiente não muito favorável para a construção de um adulto de caráter e com a plenitude de seus direitos precisam saber que há esperança, e os alunos da EFOMM estavam dispostos a mostrar esse caminho.
A quadra coberta do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA) foi equipada com os mais diversos brinquedos e áreas de atividades para as crianças. Tobogã inflável, camas-elásticas, piscina de bolas estavam disponíveis para os pequenos, assim como bolas, cordas para pular e bambolês. A belíssima mesa de doces era o centro das atenções. Decorada com muito bom gosto nas cores azul e branca (como na camisa dos voluntários e visitantes, e no pórtico de bexigas na entrada) e com o tema de marinha, doces, pirulitos de chocolate e algodões doces compunham a farta mesa.
O ônibus deixou a criançada na Alameda Alegrete, onde encontraram com 4 voluntários trajando o branco (uniforme 5.5) característico da Marinha do Brasil. Naquele momento cada uma delas recebeu um quepe emprestado dos alunos da EFOMM para que pudessem se sentir mais em casa. Depois de serem recebidos na quadra sob uma forte salva de palmas, os visitantes receberam suas camisas do Dia do Sonho e seus crachás de identificação. As crianças também tiraram fotos individuais fazendo homenagem às pessoas que resolveram investir no evento e, por consequência, em um futuro melhor para elas.
Com todos os “monstrinhos” identificados, a brincadeira poderia começar. Com bolas voando para todos os lados, ao som de uma muito bem montada playlist do nosso DJ, o ambiente festivo contagiou rapidamente tanto os visitantes quanto os anfitriões. A cama elástica não parava de ranger com as acrobacias das crianças e jovens. O tobogã inflável virou uma zona de guerra, com os visitantes e suas miras precisas arremessando bolas na equipe da casa. Um disputadíssimo jogo de futebol acontecia no Campo de Esportes. Além do espaço para as crianças colorirem algumas figuras de desenhos e filmes infantis, havia um espaço para a pintar com tinta guache. Ao longo do dia era possível ver crianças e voluntários com verdadeiras obras de arte (algumas delas bem abstratas) passeando pelo Centro.
As crianças puderam tomar um saudável café da manhã e um almoço reforçado para que continuassem no pique o resto do dia. O ambiente do rancho da OM (Organização Militar) ficou muito diferente ao som das risadas das crianças e do galopar de vários alunos com seus “cavaleiros” na garupa. Os pavões do CIAGA também cativaram os olhares curiosos dos pequenos, e a visão dos pés de acerola e amora fizeram todos se embrenharem pelo mato atrás dos frutos.
Depois do almoço, as crianças foram para o Auditório Newton Braga, onde assistiram uma peça de teatro cuja moral representava bem a iniciativa de todo aquele dia: nunca desista de seus sonhos. Depois de voltarem a brincar, sem “hora de descanso” para os pobres voluntários, nossos queridos visitantes voltaram para o rancho, para o lanche da tarde onde puderam comer um bolo depois de cantar “parabéns” em homenagem ao dia delas. Voltando para a quadra coberta, cada pequenino recebeu uma sacola de presentes, com brinquedos, almofadas personalizadas, kit higiene e escola e muitos doces, como maçã do amor e algodão doce.
Já no final do Dia do Sonho a despedida foi difícil para todos. Cada um dos pequenos parecia ter se apegado a pelo menos um dos alunos e agora, na hora do adeus, o momento trouxe lágrimas aos olhos do maior dos voluntários e à menor das crianças. Abraços demorados e beijinhos longos, parecia que cada um queria deixar sua marca permanente na memória do novo amigo.
Quando uma criança que dizia querer ser um bandido, se inspira pelo novo amigo e, com um quepe na cabeça, diz que quer ser da Marinha, mostra como a dedicação e o amor podem salvar vidas. Mais do que pela chance de reviver nossa infância nesse dia incrível, os alunos da EFOMM ficaram felizes com a oportunidade de apresentar uma realidade nova, uma possibilidade de futuro diferente para aquelas crianças.
Confira, clicando na imagem abaixo, as fotos do evento: