A empresa de navegação d’Amico International Shipping S.A. lançou, no dia 6 de outubro, dois navios – Cielo di Ulsan e High Trader – ecologicamente amigáveis e que utilizam sistemas de consumo eficiente de combustível. As embarcações que atendem à essas regras são conhecidas como “eco-navios”.
Os navios, recém construídos pelo estaleiro sul coreano Hyundai Mipo Dockyard Co. Ltd, fazem parte de uma frota que a empresa encomendou de 22 eco-navios, dos quais dez já se encontram em operação. Os restantes devem ser entregues gradualmente até 2018. Os eco-navios da d’Amico são petroleiros, sendo oito handysize (navios de até 40.000 TPB), oito medium range (até 60.000 TPB) e seis LR1 (Long Range 1, navios-tanque dedicados ao transporte de produtos claros, com até 80.000 TPB).
Todas as embarcações desta frota possuem casco duplo, com um design diferenciado que reduz o atrito com a água e assim permite melhor performance energética, além de menor consumo de combustível e uma redução considerável na emissão de gases de efeito estufa, visto que os navios já atendem às regras da MARPOL (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios) quanto à emissão de gases que devem ser adotadas em 2025.
Mesmo que a notícia seja recente, a preocupação com o meio ambiente já é tema de debates há muitos anos. Diversos projetos de embarcações ecologicamente corretas estão em fase de planejamento, construção ou testes. Existem várias tecnologias para geração de energia por fontes alternativas sendo desenvolvidas tendo como principais pesquisas os sistemas eólicos ou por célula combustível por hidrogênio.
Em dezembro de 2009, o navio OSV Viking Lady instalou uma célula combustível, sendo o primeiro a utilizar a tecnologia e provando sua viabilidade. Há ainda o projeto do NYK Super Eco Ship, que gerará energia a bordo apenas a partir de gás natural liquefeito, célula combustível e aerogeradores eólicos até 2030. Propostas ainda mais ambiciosas visam a construção de navios de “emissão zero”, que anulariam seus impactos ambientais por gás carbônico (CO²).
A Organização Marítima Internacional (IMO), adotou um pacote com três medidas técnicas e operacionais em 2013. Essas medidas incluíam o EEDI (Índice de Desenhos para Eficiência Energética) que, como o próprio nome indica, propõe uma série de tecnologias existentes no mercado para o desenho de embarcações – ainda não construídas, em fase de projeto – que melhoram sua eficiência energética; o SEEMP (Plano de Gerenciamento da Eficiência Energética do Navio), que adota padrões para os sistemas, tecnologias e estruturas de navios já em operação, de acordo com sua classificação; e o EEOI (Indicador Operacional de Eficiência Energética), que funciona em conjunto com o SEEMP, mas como ferramenta de monitoramento de medidas operacionais, como gerenciamento dos sistemas e energia, e otimização da rota de viagem.
Por todos esses motivos é tão importante a notícia do lançamento de mais estes dois navios para a frota ecologicamente amistosa. Com as pesquisas, desenvolvimento e testes prosperando em quantidade e qualidade, o impacto ambiental causado por navios será menos comum. Cada vez mais presentes e operantes nos mares de todo o mundo, os eco-navios são o presente e o futuro da Marinha Mercante.