Terça-feira (22/09): Assessoria e preparativos
Nossa chegada em Londres sucedeu-se às 1400 do dia 22 de setembro, no London City Airport (LCY). Fomos prontamente recebidos pela RPB-IMO, através do Oficial Superior de Máquinas (OSM) Nilson, marítimo que atua na Representação há 9 anos. Ele é um dos profissionais, entre militares e civis, que participam das reuniões, discussões, acordos e consolidação de novas regulamentações na Agência, defendendo o posicionamento do Brasil e retransmitindo aos órgãos brasileiros responsáveis as decisões tomadas em consenso com os demais países, para que sejam devidamente implantadas e cumpridas. Recebemos da RPB-IMO um aparelho celular para entrar em contato com os oficiais responsáveis por nos amparar em nossa estada e nos oferecer suporte nas atividades realizadas na IMO, além de Oyster Cards (cartões utilizados para passe em todos os meios de transporte público em Londres) para subsidiar nosso translado na cidade.
Fomos conduzidos ao hotel, localizado nas proximidades da sede da IMO. Pelos arranjos da Organização, outras delegações também ficariam hospedadas no mesmo local, condição que facilitou a aproximação entre os alunos das mais diversas nacionalidades e um intercâmbio de informações, num primeiro momento. Após nos estabelecermos, tivemos a terça-feira livre para conhecer a capital inglesa.
Quarta-feira (23/09): Open morning e Greenwich Maritime Museum
A manhã de quarta-feira marcou o início das atividades oficiais programadas pela IMO. Às 0830, fomos recebidos no lobby do hotel pela Sr.ª Tamara Vassilissin, Assistente da Direção de Relações Externas da IMO, juntamente às demais delegações (Chile, Argentina, Turquia, Rússia, Ucrânia, Quênia, Japão, Inglaterra, Jamaica, Filipinas, entre outros países). Feitas as apresentações, a Sr.ª Vassilissin nos deu as boas-vindas e conduziu o grupo a uma caminhada pelas margens do Rio Tâmisa até a sede da Organização. Chegando ao prédio da Agência, fomos instruídos quanto às atividades reservadas ao período da manhã.
No dia 23, a IMO também recebia em sua sede jovens estudantes de escolas secundárias ao redor do mundo, que seriam incentivados a ingressar na carreira marítima. Nossa primeira atividade foi oferecer suporte ao evento, através do contato com os estudantes e esclarecimento de suas dúvidas acerca da profissão do marítimo, do ensino profissionalizante, dos requisitos para ingressar nas Universidades do Mar, entre outras curiosidades. Para isso, as delegações e alunos das escolas convidadas foram conduzidos ao Centro de Convenções, onde puderam assistir aos discursos de representantes de Instituições renomadas de Ensino Profissional Marítimo, como Southampton Solent University (Warsash Maritime Academy), Institute of Marine Engineering, Science & Technology (IMarEST), Plymouth University (School of Marine Science and Engineering and Plymouth Business School), e Institute of Chartered Shipbrokers. Após o circuito de apresentações, sucedeu-se um agradável almoço no restaurante da IMO, que conta ainda com uma estonteante vista para o rio e o Parlamento inglês.
Para o período da tarde, a IMO programou às delegações uma visita ao Museu Marítimo Nacional (Greenwich Maritime Museum), localizado em Greenwich. O museu possui um vasto acervo de peças que recontam as conquistas bélicas do Império Britânico, graças ao poderio de sua frota, bem como as guerras e operações navais empreendidas ao longo da história do país. Heróis nacionais, como Lord Horatio Nelson, Almirante da Marinha Real Britânica conhecido por derrotar a força de Napoleão Bonaparte, são louvados através de quadros e artefatos, num acervo que conta ainda com réplicas de navios de guerra históricos, espadas, vestimentas, entre outros itens.
Porém, a visita a Greenwich não se limitou ao Museu Marítimo. Após conhecer a história de Lord Nelson e a relevância dos serviços prestados a seu país, as delegações foram conduzidas ao Observatório Real de Greenwich (Royal Greenwich Observatory), centro de observações e pesquisas que desempenhou um importante papel no desenvolvimento da navegação marítima e nos padrões de orientação conhecidos atualmente. O observatório, fundado em 1675, tinha o objetivo de contribuir com conhecimentos astronômicos necessários ao empreendimento de campanhas marítimas, tendo sido utilizado por figuras como Edmond Halley. Hoje em dia, o lugar expõe instrumentos que revolucionaram a maneira como nos orientamos no globo; dentre eles, estão os cronômetros criados por John Harrison que solucionaram os problemas de determinação de longitude existentes até o século XVIII.
Pelo observatório passa ainda o Meridiano de Greenwich, que marca a longitude 0°, dividindo o globo terrestre em ocidente e oriente. Pudemos encontrar, gravadas na mesma linha, as marcações de longitude correspondentes a outras cidades do mundo, como Rio de Janeiro e Brasília.