Quinta-Feira

A tarde do dia 03 de setembro foi palco para os CLCs Jozé Menezes Filho e Luis Augusto Cardoso Ventura, nesta ordem. Mais uma vez devido às provas, os alunos da EFOMM puderam apenas assistir ao final da primeira apresentação, a respeito da navegação em zonas de guerra, realizada pelo Comandante Menezes quando no comando do VLCC Cairu. Mesmo assim, ainda puderam se sentir como se estivessem a bordo ao longo do difícil período em que os bravos homens do navio cruzavam o Golfo Pérsico, durante a Guerra do Golfo, tamanho calibre da história recontada naquele pequeno auditório.

Comandante Menezes (Foto: Al. Felipe Gama / Jornal Pelicano)
Comandante Menezes (Foto: Al. Felipe Gama / Jornal Pelicano)

As palavras do herói que não se considera herói, Comandante Ventura, seguiram-se após seu predecessor, relatando outra história também emocionante. O Comandante narrou o resgate que comandou a bordo do O/O Jurupema, que tirou do mar 27 tripulantes do malfadado cargueiro Sundance. Mesmo com mais dois navios próximos, o único a se prontificar a desviar-se de sua rota em meio à tempestade foi o brasileiro, que saía de Fujairah, no Golfo de Omã, para o porto de São Sebastião no litoral paulista. Os ventos e as vagas que alcançavam a intensidade dez na escala Beaufort (que vai de 0 a 12), danificaram o cargueiro, que fazia água no porão nr. 1 e embicava perigosamente. Quando o Jurupema aproximou-se, já por volta da meia-noite,  o outro navio já possuía trim de 4 metros e lançara as balsas e a baleeira.

Não há como mensurar o desespero daqueles que tiveram que abandonar o navio procurando a sobrevivência em meio às ondas. O próprio Comandante, emocionado, mesmo tendo resgatado 27 pessoas em meio àquele caos à escuridão, até hoje não se contenta por não ter encontrado os dois últimos membros da tripulação.

Essas foram duas histórias que inspiraram nos presentes os sentimentos de nacionalismo, heroísmo e amor à profissão, essenciais ao marítimo e inerentes ao brasileiro.