Na noite de terça-feira, dia 04 de agosto, o corpo de alunos da EFOMM teve a honra de receber no auditório almirante Newton Braga o ilustríssimo Capitão de Longo Curso Comodoro Gondar, juntamente com o Capitão de Cabotagem André Carneiro. Essas privilegiadas palestras foram oferecidas aos alunos a fim de auxiliar no esclarecimento de dúvidas, tanto por parte dos indecisos na escolha entre Náutica ou Máquinas quanto pelos que necessitavam de mais informações.
Formado na turma de 1996, o comandante Carneiro começou sua vida mercante como 2º Oficial de Máquinas; porém, após um ano e meio de experiência, trocou, inusitadamente, a praça de máquinas pelo passadiço ao fazer o curso de Náutica no próprio Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, em 2000. O comandante alegou que, por motivos próprios, estava com a saúde prejudicada e que adquirira aversão ao óleo durante seu período como maquinista.
O praticante de Náutica
Já no comando do passadiço desde 2009, a bordo do navio PSV Prion, da empresa Wilson Sons, o Capitão de Cabotagem respondeu a algumas perguntas dos alunos:
A respeito da praticagem, como é feita a seleção dos alunos da EFOMM? Durante a praticagem, quais os tipos de serviços exercidos pelos recentes praticantes?
“A escola manda a lista de todos os recém-formados (EFOMM ou ASON) de acordo com o ano de conclusão e também por antiguidade. Cabe à empresa decidir por meio de entrevistas ou testes de conhecimento se contrata ou não para o período de praticagem”, afirmou o comandante.
No que se refere ao serviço, o praticante fica no serviço de dia para ter contato com imediato e o piloto. Após 6 meses de experiência, quando já possui prática na operação, é designado a acompanhar o imediato de madrugada. A rotina do navio PSV da Wilson Sons é quase integralmente no mar, oferecendo o apoio necessário às plataformas. CLC Gondar afirma: “um navio tem um custo em torno de trinta mil reais por dia parado, enquanto que uma plataforma é da ordem de milhões”.
[o praticante] percorrerá todas as dependências do navio, tirará serviço com os Oficias de Náutica, serviço de despacho e conhecerá toda a papelada, além de experienciar as manobras rotineiras da embarcação
Em suas palavras, o Comodoro ainda comentou: “[o praticante] percorrerá todas as dependências do navio, tirará serviço com os Oficias de Náutica, serviço de despacho e conhecerá toda a papelada, além de experienciar as manobras rotineiras da embarcação”. Após 6 meses de praticagem, com a aprovação do comandante e consentimento da empresa, é emitido um certificado que permite ao praticante despachar como Oficial, exercendo a profissão de Oficial de Náutica, podendo ser remunerado como tal.
Ainda falando sobre o serviço no passadiço, que exige muitas vezes a privação do sono, CLC Gondar contou sobre um conjunto de luzes que acendem periodicamente, caracterizando um tipo de estímulo visual ao qual o oficial de quarto deve responder. Caso contrário, um sinal sonoro é feito tanto no passadiço quanto no camarote do comandante. Este sistema se chama “alarme de homem morto”.
A palestra ministrada pelos convidados foi de suma importância para satisfazer a curiosidade dos alunos sobre aspectos da profissão desempenhada pelos pilotos, além auxiliar na decisão de vários primeiranistas ao final do Curso Básico. CLC Gondar e CCB Carneiro, que gentilmente cederam seu tempo para trazer um pouco de sua experiência, em muito contribuíram na escolha que direcionará os passos de vários futuros mercantes.