Na noite de 28 de julho, na Sala de Estar da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), ocorreu o Café com a SAMM com o Oficial Superior de Máquinas (OSM) Leonardo Morisson.
Formado pelo Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), em 2005, o Subchefe de Máquinas da Dof trabalha, atualmente, no setor de apoio marítimo – também conhecido como Offshore – em um navio de lançamento de linha. Ele compartilhou com alunos dos três anos escolares suas experiências vividas a bordo de embarcações mercantes, seu ponto de vista em relação ao mercado de trabalho e outros assuntos pertinentes ao encontro. O Chefe do Núcleo de Formação de Oficiais da Reserva da Marinha (NFORM), CT (FN) Rodrigo Souza presenciou o evento.
A maioria dos alunos presentes eram dos segundo e terceiro anos do curso de Máquinas e do primeiro ano interessados nessa carreira. Durante todo o evento os alunos fizeram perguntas sobre a vida a bordo e o tópico mais recorrente dizia respeito ao período de praticagem, obrigatório a todos após o fim dos três anos acadêmicos, na EFOMM.
O oficial revelou que sua praticagem foi realizada em um navio gaseiro, onde aprendera
a importância de se ter uma tripulação entrosada. Para ele, isso é um dos fatores que contribuem na criação de um ambiente favorável à aprendizagem, convivência e eficiência das operações.
O maquinista afirma que a EFOMM fornece um excelente embasamento teórico para o exercício da carreira. No entanto, ele ressalta que o conhecimento profundo é somente adquirido a bordo. As disciplinas específicas têm um peso importante na formação profissional, pois as especializações em elétrica, eletrônica e automação ganham destaque, no setor. Nos dez anos que se passaram desde sua formação, a tecnologia avançou consideravelmente.
Mudanças sensíveis também ocorreram na legislação marítima, inclusive, nas que regulam o ambiente de trabalho. As empresas passaram a conferir maior importância ao conforto, tanto nos camarotes, quanto na Praça de Máquinas. Atualmente, elas também fornecem maiores benefícios para motivar os funcionários.
O OSM Leonardo Morisson declarou, ainda, que os Comandante e Chefe de Máquinas dedicam a maior parte de seu tempo às questões burocráticas. O comando das equipes e operações de Convés e Máquinas ficam, usualmente, a cargo dos Imediato e Subchefe de Máquinas da embarcação, respectivamente.
Sobre o domínio do idioma inglês, ele destacou que é essencial em altos cargos hierárquicos ou para trabalhar em terra: “tudo se resolve no inglês”. Observou também a necessidade dos chefes trabalharem como psicólogos, pois devem coordenar uma equipe com pessoas de hábitos e costumes diferentes.
Além disso, o convidado contou sobre sua experiência na primeira embarcação após o período de praticagem – que deixara após seis meses de embarque por dificuldades na comunicação com os estrangeiros a bordo. Sobre o mercado, ele mencionou a atual crise, mas, de seu ponto de vista, esta ainda não afetou os oficiais.
Ao final do evento, o Subchefe de Máquinas fez questão de destacar a importância destes encontros entre alunos e oficiais mercantes, pois em pouco tempo estarão dividindo o mercado e até mesmo uma embarcação. Assim, a necessidade do mercado de trabalho e a formação profissional ficam melhor equilibradas. Ele declarou que trabalha, hoje em dia, com dois oficiais formados na EFOMM, um de 2007 e outro de 2009.
Durante toda a reunião, o Subchefe deixou algumas frases de ordem para um bom exercício da carreira de maquinista: “O maquinista tem que entender a máquina pelo cheiro e pelo barulho”; “Maquinista tem que ler o manual”; “Pra trabalhar na Praça de Máquinas o raciocínio deve ser rápido” e “O trabalho na Máquina é extremamente operacional”.
A Sociedade Acadêmica da Marinha Mercante (SAMM) promove estes encontros informais na Sala de Estar da EFOMM entre alunos e oficiais da Marinha Mercante com o intuito de ajudar os alunos a descobrir mais sobre a carreira que irão seguir.