[quote_center]Em todas as Organizações Militares da Marinha do Brasil, Estabelecimentos de Terra ou Navios, no Brasil ou no exterior, realiza-se o Cerimonial à Bandeira pela manhã[/quote_center]
Um dia incomum despontava no horizonte do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA). Na sexta-feira, dia 29 de maio, não houve reunir obrigatório para os primeiro e segundo anos na hora do café, este que também foi servido mais tarde que o usual, às 0640.
As aulas de 0700 foram substituídas por outro evento. Por determinação do Exmo. Sr. Comandante do CIAGA, CAlte Gilberto Cezar Lourenço, toda a tripulação da OM (Organização Militar) faria parte do Cerimonial à Bandeira.
Às 0720, o Corpo de Alunos, formado por ano escolar, marchava da Alameda Alegrete em direção ao Pátio da Bandeira onde aguardavam o Corpo de Oficiais e toda a Guarnição. Estavam também presentes alunos do Programa Forças no Esporte, desenvolvido pelo Ministério da Defesa, em parceria com os Ministérios do Esporte e Desenvolvimento Social e Combate à Fome. No Rio de Janeiro, o programa contempla, por intermédio do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), mais de 200 jovens entre 7 e 17 anos, que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Voltados agora para a varanda do Bloco do Comando, os alunos da EFOMM podiam ver rostos que conheciam do dia a dia na Escola: funcionários da Fundação de Estudos do Mar (FEMAR), professores, militares da reserva ou civis, enquanto o vogal, Ten Leonardo Madela, anunciava a chegada do Comandante e recebia a permissão para iniciar a cerimônia.
É comum aos alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) participar do Cerimonial à Bandeira, à tarde, quando o Pavilhão Nacional é arriado, na hora do pôr do sol. Da cerimônia das 0800, enquanto estão em aula, só é possível ouvir o soar do apito do Senhor Mestre do CIAGA e o badalar do Sino de Bordo, marcando a hora da ocasião.
Com uma leve chuva começando a cair, o vogal começava a explicar o significado dos símbolos nacionais para os servidores civis e os convidados, como o galhardete “PREP”, que marca o início da cerimônia. A Bandeira do Brasil, representando a República, foi instituída no dia 15 de Novembro de 1889, quando o Cruzeiro do Sul estrelava o céu brasileiro. Junto à constelação, estão os 26 Estados e o Distrito Federal, no círculo azul, atravessado pela faixa com a sentença positivista “ORDEM E PROGRESSO” escrita em verde.
O corneteiro ordenou que o cerimonial voltasse-se para o centro do Pátio da Bandeira, onde o Mastro se encontra. Nas extremidades do Pátio, estão os bustos do Almirante Graça Aranha, patrono do Centro de Instrução, e do Visconde de Mauá, visionário que dedicou sua vida ao futuro do país, o que inclui a Marinha Mercante. Ao ser anunciado “Sinal para a Bandeira”, a PREP é içada rapidamente na verga de bombordo. É então comandado “CIAGA, sentido”. Um minuto depois, é anunciado o “ARRIOU”, quando a PREP é rapidamente arriada na adriça e com o toque do Corneteiro de “APRESENTAR ARMAS”, inicia-se o hasteamento da Bandeira do Brasil.
Enquanto o Pavilhão Nacional era içado, lentamente, em meio de uma leve garoa que – nas palavras do Almirante Lourenço, “benzia” a cerimônia – as sete “vivas” do apito do Senhor Mestre, o soar do Sino de Bordo, junto com o som retumbante dos instrumentos da Banda ecoavam, harmoniosamente, junto com o Hino Nacional, cantado por toda OM.
Naquele momento, as palavras anteriormente pronunciadas pelo Ten. Madela reverberavam na cabeça dos alunos: “Desde a Estação na Antártica, Comandante Ferraz, passando pela Missão das Nações Unidas, no Haiti, até a Força-Tarefa Marítima, no Líbano, realizam o Cerimonial à Bandeira neste mesmo horário”.
Aquele Pátio da Bandeira pareceu muito mais cheio, de repente. Cheio de homens e mulheres, no Brasil e mundo afora, que honram seus antepassados, cultuam seus símbolos e que chegam até nós, várias gerações depois. Um exemplo de patriotismo saudável, cada vez mais escasso nos dias atuais.
Veja aqui as fotos do evento.