Não, a vida no mar nunca foi fácil. Os percalços enfrentados por quem já se acostumou a ter um convés sob os pés são contados e recontados pela história da humanidade, deixando aos que observam de fora, em terra firme, uma impressão que mistura assombro e admiração pela aventura. Sem dúvida, os náufragos despontam como detentores das experiências mais impressionantes, mas outros nem tão pouco sortudos assim também passaram por casos no mínimo… curiosos.

Já se imaginou indo pro trabalho no escritório, abrindo sua escrivaninha e encontrando um míssil desativado no fundo dela? Foi mais ou menos isso que ocorreu um pescador brasileiro, que ao chegar em lugar de ofício e começar a limpar as redes que recolhera encontrou o perigoso objeto em meio a suas linhas.

Para a sorte do pescador, a detonação  não ocorreu, mas mesmo assim ele achou melhor entregar o míssil para o Corpo de Bombeiros Voluntários de Penha, cidade do Litoral Norte de Santa Catarina.

 

Vai um míssil hoje? Tá fresquinho, acabei de pescar. (Foto: Diário Catarinense)
“Vai um míssil hoje? Tá fresquinho, acabei de pescar.” (Foto: Diário Catarinense)

 

Sorte, por outro lado, faltou aos tripulantes e passageiros do sinistro Ourang Medan. Todos foram encontrados congelados e com expressões horrorizadas, bocas abertas, olhando (e alguns até apontando) para cima.

Diz-se que, ao passar pelo estreito de Malaca, dois navios americanos receberam a seguinte mensagem vinda de um navio holandês em morse: “Pedimos o auxílio de qualquer embarcação próxima. Todos os oficiais, inclusive o capitão, estão mortos, caídos na sala de mapas e na ponte. Provavelmente toda a tripulação está morta”. Depois, algumas palavras foram pronunciadas, mas somente duas puderam ser ouvidas com exatidão: “eu” e “morrendo”.

Como em toda boa história, após tentar rebocar o navio-fantasma, uma grande explosão ocorreu no compartimento de cargas, forçando o comandante do Silver Star, primeiro a chegar no local, a abandonar qualquer chance de saber o que realmente aconteceu.

Um dos corpos encontrados no Ourang (Foto: Megacurioso)

Aterrorizante? Há pessoas que vão achar o próximo caso muito mais. O próximo navio vaga ainda cheio de vida, mas é uma forma de vida que põe medo em muita gente: ratos.

Sim, isso mesmo, ratos! O Lyubov Orlova, construido em 1976, na extinta União Soviética foi abandonada após seus antigos donos falirem, até que, em 2010, numa tentativa de reboque, os cabos que o prendiam se romperam.

Três anos depois, a embarcação ainda foi identificada uma última vez por um radar alemão. Nesse meio tempo, toda forma de alimentação certamente já se esgotara, provavelmente forçando os ratos a adotarem um comportamento canibal.

O navio-ratoeira (Foto: macacovelho)
O navio-ratoeira (Foto: macacovelho)

Talvez foi tentando entrar nesse navio que o protagonista da próxima história ganhou seu direito a estar aqui.

O gato, posteriormente apelidado de Sinbad, se perdeu e entrou em um contêiner, no Egito para voltar a ver a luz do Sol apenas 17 dias depois, na Inglaterra.

Sem nada para comer ou beber, não se sabe como o felino sobreviveu à viagem, ou quantas vidas gastou no processo, mas após ter seus miados percebidos pelos funcionários da Mediterranean Linens no porto de Moreton-on-Lugg, foi prontamente resgatado e levado à uma clínica veterinária, onde recebeu tratamento e foi mantido em quarentena.

Sinbad, o gato clandestino (Foto: G1)
Sinbad, o gato clandestino (Foto: G1)

Sem dúvida ainda existem muitos outros “causos” que correm por aí, de boca em boca, por serem tão absurdos que ninguém espera que realmente venham a ganhar alguma credibilidade. E você, leitor, conhece algum? Escreva aqui nos comentários, quem sabe ele não aparece em alguma matéria futura?

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Aluno do terceiro ano de Náutica, atualmente é o Vice-Presidente do Jornal Pelicano.