O Jornal Pelicano já mostrou algumas vezes a habilidade do homem em desenvolver “versões flutuantes” de coisas que normalmente são construídas em terra bem firme, como bares e cidades. Embora a maioria dessas ideias surja da pura e simples criatividade, algumas aparecem quando a necessidade se torna evidente – e não é verdade que um fardo parece mais “leve” quando flutua?
A vila pesqueira de Makoko, na Nigéria, entende bem o significado de adaptação, pois precisa lidar com inundações frequentes em sua região. A história da pequena vila começou a mudar quando NLÉ, uma firma fundada pelo arquiteto nigeriano Kunlé Adeyemi, desenvolveu um protótipo denominado The Makoko Floating School (“a escola flutuante de Makoko”, em tradução livre), o qual poderia ser utilizado em outras regiões da África que também enfrentam desafios infraestruturais e sociais devido a mudanças climáticas.
Os designers explicam que a estrutura flutuante tem a capacidade de se adaptar a mudanças de maré e também variações do nível da água. Assim, ela se torna invulnerável a inundações e tempestades, muito comuns em Makoko. A escola flutuante é uma verdadeira mistura de boas ideias:
“[…] Ela foi projetada para usar energia renovável, reciclar resíduos orgânicos e coletar água da chuva”, explicam os criadores.
A plataforma da escola flutuante foi construída com 16 módulos de madeira, cada um contendo 16 barris reciclados de plástico vazios e bambu cultivado na própria região. Seu formato triangular lhe confere grande estabilidade mesmo em situações de ventos fortes, graças a seu baixo centro de gravidade.
Com ela, alunos do ensino fundamental podem ter acesso à educação diária que lhes era negada quando a escola primária local estava inundada, o que acontecia com frequência. A nova escola tem capacidade para suportar de 60 a 100 estudantes, ou 100 adultos.